Imprimir

Medium

Fundo
Fernando Pessoa
Cota
BNP-E3, 88 – 30
Imagem
[Sobre o Sensacionismo]
PDF
Autor
Fernando Pessoa

Identificação

Titulo
[Sobre o Sensacionismo]
Titulos atríbuidos
Edição / Descrição geral

[BNP/E3, 88 – 30]

 

The very curious species of literary movement to which I am going to refer has no direct connection with occultism, but it is not too much to say that every occultist will be interested in it, perhaps all the more interested that the authors to whom I shall allude have not, as far as I know, any occultist intention, though through their works there runs, undoubtedly, the ache of mystery and the terror-stricken feeling of something supernatural.

The brief study I purpose to make will be all the more interesting, I hope, from the fact that the literary movement in question has not, as far as I know, been as yet studied in the pages of any English review or magazine.

The movement in question is the Portuguese “sensationist” current.

It is not my purpose to study the origin of this very recent movement, or determine its relations with French symbolism, with (further back) romanticism, and even, to some extent (more in some works than in others, but not distinctly characteristic of the movement in itself) with futurism and cubism.

The sensationists date back only to 1914, as far as published works are concerned and to 1909, as I am informed, in point of real beginning of the movement, though it was in 1912 that its leader came to know the other authors who were to take part in the movement. It was brought to a head in the quarterly “Orpheu”, two numbers of which have been published, and the third and fourth numbers being said to be soon issued together, owing to the delay of the third number.

Besides the two numbers of this interesting quarterly, the sensationist movement counts only the following works: “Confissão de Lúcio” (Lucio’s Confession) 1913, “Dispersão” (12 poems), both by Mário de Sá-Carneiro, “Céu em Fogo” (Burning Sky), eight stories by the same, “Distância” (Distance), poems by Alfredo Pedro Guisado, and “Elogio da Paisagem” (In Praise of Landscapes) by Pedro de Menezes. The last book has just appeared. This is all, and perhaps it would not be quite sufficient, if the kindness of a member of the movement had not made it available to the present author to examine some as yet unprinted poems (by several authors), which contain some of the greatest work as yet done in this new line.

 

[BNP/E3, 88 – 30]

 

A espécie muito curiosa de movimento literário a que me vou referir não tem nenhuma relação directa com o ocultismo, mas não será demais dizer que todo o ocultista se interessará por ele, talvez estando tão mais interessado quanto os autores a que aludo não têm, tanto quanto sei, qualquer intenção ocultista, embora as suas obras sejam percorridas, indubitavelmente, por uma dor de mistério e por um sentimento aterrorizante de algo sobrenatural.

O breve estudo que me proponho fazer será ainda mais interessante, assim o espero, pelo facto de que o movimento literário em questão não foi ainda, tanto quanto sei, estudado nas páginas de nenhum jornal ou revista ingleses.

O movimento em questão é a corrente “sensacionista” portuguesa.

Não é o meu propósito estudar a origem deste muito recente movimento ou determinar as suas relações com o simbolismo francês, com o (ainda mais anterior) romantismo e mesmo, até certo ponto (mais em algumas obras do que em outras, mas não distintivamente características do movimento em si mesmo) com o futurismo e o cubismo.

Os sensacionistas datam apenas de 1914, no que diz respeito a obras publicadas, e de 1909, como estou informado, em termos do início real do movimento, embora tenha sido em 1912 que o seu líder tenha conhecido os outros autores que vieram a tomar parte do movimento. Veio à tona com a revista trimestral “Orpheu”, da qual foram publicados dois números, e da qual se diz que o terceiro e o quarto números serão em breve emitidos em conjunto, devido ao atraso do terceiro número.

Para além dos dois números desta interessante publicação trimestral, o movimento sensacionista conta apenas com as seguintes obras: “Confissão de Lúcio” 1913, “Dispersão” (12 poemas), ambos de Mário de Sá-Carneiro, “Céu em Fogo”, oito histórias pelo mesmo autor, “Distância”, poemas de Alfredo Pedro Guisado, e “Elogio da Paisagem” de Pedro de Menezes. O último livro acabou de aparecer. Isto é tudo, e talvez não fosse deveras suficiente, se a gentileza de um membro do movimento não tivesse ainda tornado disponível para o presente autor examinar alguns poemas ainda não impressos (de vários autores), que contêm algumas das maiores obras até agora feitas nesta nova linha.  

   

Notas de edição
Identificador
https://modernismo.pt/index.php/arquivo-almada-negreiros/details/33/2278

Classificação

Categoria
Literatura
Subcategoria
Sensacionismo

Dados Físicos

Descrição Material
Dimensões
Legendas

Dados de produção

Data
Notas à data
Datas relacionadas
Dedicatário
Destinatário
Idioma
Inglês

Dados de conservação

Local de conservação
Biblioteca Nacional de Portugal
Estado de conservação
Proprietário
Historial

Palavras chave

Locais
Palavras chave
Nomes relacionados

Documentação Associada

Bibliografia
Publicações
Paula Cristina Costa, As Dimensões Artísticas e Literárias do Projecto Sensacionista, Tese de Mestrado em Literaturas Comparadas Portuguesa e Francesa, Lisboa, FCSH – Universidade Nova de Lisboa, 1990, pp. 336-337.
Exposições
Itens relacionados
Bloco de notas