Imprimir

Medium

Fundo
Fernando Pessoa
Cota
BNP-E3, 88 – 29
Imagem
[Sobre o Sensacionismo]
PDF
Autor
Fernando Pessoa

Identificação

Titulo
[Sobre o Sensacionismo]
Titulos atríbuidos
Edição / Descrição geral

[BNP/E3, 88 – 29]

 

Il n’y a pas dans le sensationnisme de poème qui égale l’étonnante Elégie de Pascoaes. Mais, par |contre|, il n’y a pas dans le saudosismo d’œuvres aussi parfaites, aussi complexes que Le Matelot de Fernando Pessoa et La Grande Ombre de Mário de Sá-Carneiro.

 

Le saudosismo est déjà au commencement de son adolescence. Le sensationnisme n’est que dans sa première enfance. Il commence à peine à marcher. Mais il croit de jour en jour. Un seul ne se passe qui ne viennent y dans camaraderie de nouveaux venus. Ce sont des gents très jeunes, mais, c’est en eux qui est tout l’avenir, quel qu’il sera, de la littérature portugaise.

 

Ils ont assimilé tout l’assimilable du futurisme, en rejetant tout ce qu’y n’est que pseudo-littérature et esthétique à épater les institutrices.

 

Pauis     

 

Si vous y regardez de près, vous verrez que ceci est très neuf. Ce n’est pas le symbolisme, aucun genre de symbolisme. Le fond idéatif en est autre.

 

[29v]

 

Le mouvement sensationniste portugais a apparu avec la revue trimensuelle “Orpheu” en Mars 1915. Il existait déjà, mais de très peu de temps. Son origine date des premiers moins de 1913, et ses premières manifestations ont été un comte de Mário de Sá-Carneiro et {…} de Fernando Pessoa publiés dans A Águia de juillet 1913. La fin de 1913 a vu la publication simultanée de deux livres de Sá-Carneiro – La Confession de Lucio (nouvelle) et Dispersion (poèmes). En 1914 ont paru Distance, poèmes de Alfredo Pedro Guisado, et le premier (et seul) numéro d’une petite revue A Renascença (La Renaissance), à Lisbonne, qui révèle déjà un groupe en formation. Des {…} collaborateurs, {…} sont sensationnistes. C’est là qu’a paru le célèbre poème Pauis (Étamp) de Fernando Pessoa, qui a donné à l’école son nom populaire de paúlismo (ce qui est un peudo-substantif formé du substantif Paul, étamp). Cet écrit, et un autre, Au-Delá, de Mário de Sá-Carneiro ont mis en grand relief tout l’apparent excessif de l’école.      

 

[BNP/E3, 88 – 29]

 

Não existe no sensacionismo um poema que iguale a espantosa Elegia de Pascoaes. Mas, em contrapartida, não existe no saudosismo obras tão perfeitas, tão complexas como O Marinheiro de Fernando Pessoa e A Grande Sombra de Mário de Sá-carneiro.

 

O saudosismo está já no começo da sua adolescência. O Sensacionismo encontra-se apenas na sua primeira infância. Ele mal começa a andar. Mas cresce de dia para dia. Não existe um só dia em que não se lhe juntem recém-chegados em camaradagem. São pessoas muito jovens, mas é nelas que está todo o futuro, qualquer que ele seja, da literatura portuguesa.

 

Eles assimilaram tudo o que é assimilável do futurismo, rejeitando tudo o que nele é apenas pseudo-literatura e estética para impressionar os professores.

 

Pauis

 

Se olharem de perto, verão que isto é muito novo. Não é o simbolismo, nenhum género de simbolismo. O fundo ideativo é outro.

 

[29v]

 

O movimento sensacionista português apareceu com a revista trimestral “Orpheu”, em Março de 1915. Já existia, mas há muito pouco tempo. A sua origem data dos primeiros meses de 1913 e as suas primeiras manifestações foram um conto de Mário de Sá-Carneiro e {…} de Fernando Pessoa publicados em A Águia, em Julho de 1913. No final de 1913 ocorreu a publicação simultânea de dois livros de Sá-Carneiro – A Confissão de Lúcio (novela) e Dispersão (poemas). Em 1914 apareceram Distância, poemas de Alfredo Pedro Guisado, e o primeiro (e único) número duma pequena revista A Renascença, em Lisboa, que revela já um grupo em formação. Os {…} colaboradores, {…} são sensacionistas. Foi aí que apareceu o célebre poema Pauis, que deu à escola o seu nome popular de paulismo (que é um pseudo-substantivo formado a partir do substantivo Paul). Esse escrito, e um outro, Além, de Mário de Sá-Carneiro puseram em grande relevo todo o aparente excesso da escola.

 

Notas de edição
Identificador
https://modernismo.pt/index.php/arquivo-almada-negreiros/details/33/2277

Classificação

Categoria
Literatura
Subcategoria
Sensacionismo

Dados Físicos

Descrição Material
Dimensões
Legendas

Dados de produção

Data
Notas à data
Datas relacionadas
Dedicatário
Destinatário
Idioma
Francês

Dados de conservação

Local de conservação
Biblioteca Nacional de Portugal
Estado de conservação
Proprietário
Historial

Palavras chave

Locais
Palavras chave
Nomes relacionados

Documentação Associada

Bibliografia
Publicações
Paula Cristina Costa, As Dimensões Artísticas e Literárias do Projecto Sensacionista, Tese de Mestrado em Literaturas Comparadas Portuguesa e Francesa, Lisboa, FCSH – Universidade Nova de Lisboa, 1990, pp. 334-335.
Exposições
Itens relacionados
Bloco de notas