(1881-1954)

O escritor, crítico de arte, ilustrador e pensador Eugenio d´Ors foi a figura máxima do Noucentisme catalão, um movimento na linha das correntes regeneracionistas que uniam a estética à política no início do século XX.

O seu projecto literário mais importante são as Glosas, nas quais manifesta a sua peculiar visão sobre o que acontecia à sua volta, desde os grandes conflitos bélicos que por que passou até às suas viagens e amizades literárias. D´Ors é um dos escritores espanhóis do seu tempo que dedica mais páginas a Portugal, às suas terras e aos seus escritores. Foi amigo de Eugénio de Castro e de Teixeira de Pascoaes, que visita em sua casa e do qual foi anfitrião na viagem que o poeta de Amarante realizou a Barcelona em 1918. Depois da guerra civil espanhola, simpatizou com o “integralismo lusitano” de António Sardinha e prologou a tradução espanhola da biografia que António Ferro dedicou a Oliveira Salazar. Antes disso, as suas ideias devem ter alcançado Portugal em alguma das suas viagens, pois Pessoa refere o seu nome num dos escassos textos em que são citados escritores espanhóis:

 

E, assim, não há em Espanha hoje uma figura de real destaque genial: o mais que há é figuras de grande talento –um Diego Ruiz, um Eugenio d´Ors, um Miguel de Unamuno, um Azorín (…)

(F. Pessoa, Páginas sobre literatura e estética (ed. António Quadros), Lisboa,. Europa-América, 1986, pp. 131-132)

 

 

Cerdá, Jordi, “Eugenio d´Ors y Portugal”, in Actas del Congreso Internacional de Historia y Cultura en la frontera, Cáceres, Universidad de Extremadura, 2000.

 

Antonio Sáez Delgado