Engenheiro e administrador das minas de Porto de Mós, foi sócio de F. Pessoa num escritório de comissões e consignações, referenciado como firma F. A. Pessoa, pelo menos em 1917 e 1918. Num diário de 1913, Pessoa refere, algumas vezes, encontros com o Coelho. É provável que a sua amizade date desta altura, mas é talvez mais provável que se trate, neste caso, de José Coelho Pacheco (v.),  primo de Geraldo, com quem Pessoa se relaciona à volta de 1914-1915. Curiosamente,  Geraldo Coelho de Jesus foi proprietário de um stand de automóveis, quem sabe se do mesmo de que José Coelho Pacheco foi gerente. De qualquer modo, a sua sociedade, incluindo também Augusto Ferreira Gomes, parece ter continuado em 1920-1921, relativamente à editora Olisipo, Ldª. e à firma F. N. Pessoa, que coexistiu com a Olisipo, mas que funcionava ainda em 1926. As suas relações ultrapassam, no entanto, o âmbito comercial, pois, em 1919, Pessoa e Geraldo fundam o jornal sidonista Acção, órgão do chamado Núcleo de Acção Nacional (v.). Coelho de Jesus surge como director, mas é Pessoa que assume as principais tarefas de organização, escrita e difusão do jornal, conforme a correspondência da época deixa entender. Acção apresenta-se como uma espécie de programa condensado de um governo que não chegou a haver. No editorial do nº 1, ficam expressos os objectivos do jornal: contribuir com planos concretos e estudos minuciosos para resolver os problemas práticos do país. É neste número que Geraldo de Jesus colabora com o artigo, «Bases para um plano industrial» (publicado igualmente em separata), onde propõe medidas inovadoras, como a implantação da educação profissional e «cursos de especialização com uma predominância de trabalhos práticos em fábricas», crédito às empresas, aproveitamento das quedas de água, exploração de minas ou aquisição de máquinas.

 

 

 

Manuela Parreira da Silva