Periódico anti-monárquico e anti-clerical projectado por F. Pessoa. Juntamente com O Phosphoro, pretende dar voz à militância republicana que o seu criador assume, por volta de 1907-1908. Numa longa nota, pode ler-se que se trata de «uma publicação adversa aos ídolos, aos de pés de ouro como aos de pés de barro», publicação «politicamente republicana radical», adversa quer à monarquia, quer ao socialismo e ao anarquismo, e inimiga das «religiões todas – da religião em si». As questões seriam tratadas, como se diz também, pelo seu lado sociológico, doutrinária e teoricamente, não se coibindo O Iconoclasta de ser violento e de fazer incitação à revolta (Pessoa por Conhecer, II, p. 214). O jornal é apresentado, num plano, como quinzenal e do seu sumário constam um artigo de Íbis, «O Trust das Livrarias» (do qual se encontram diversos fragmentos inéditos no Espólio); um artigo político, «O Anti-Cristo»; poesias de Vicende Guedes; e o poema «Origem metafísica do Conde de Samodães», efectivamente realizado por J. Moura Costa.

 

 

Manuela Parreira da Silva