Revista efémera publicada no Porto em 1907, sob direcção de Leonardo Coimbra, Jaime Cortesão e Álvaro Pinto, nomes centrais da futura Renascença Portuguesa e da revista A Águia. Nos seus princípios figura «a razão, incoercível e indomada». Como valor sobredeterminante, encontramos a liberdade, «e com ela o supremo Bem, a suprema Justiça».  Incluindo poemas e artigos de discussão ideológica, entre os quais um traduzido de Kropotkine, bem como um «Catecismo Liberal» assinado por Heliodoro Salgado em que se lê: «declaramo-nos livres-pensadores». O  todo assume uma perspectiva de orientação anarquista, integrado no período pré-revolucionário que então se vive e inspirado, ainda, pelas ideias de renascimento e regeneração nacionais, já com curso assinalado na cultura portuguesa desde a Geração de 70 e decisivamente importantes para o Modernismo português.

 

 

Fernando Cabral Martins