(1882-1965)

Activo partidário de João Franco, dedicou-se sobretudo ao jornalismo. Em 1911, na sequência da queda da Monarquia, fixou-se em Paris, onde se tornou colaborador de O Século e correspondente do Diário de Notícias, tendo dirigido a secção parisiense deste último. Da sua obra, podem salientar-se dois volumes de crónicas, Lisboa (1908) e No Fado (1911), para além do conto História dum Morto (1914), e Le Portugal et la Guerre (1918), livro editado em França com tradução de Philéas Lebesque. Dedica também vários estudos a Camilo Castelo Branco, de que se destaca uma biografia do escritor, Camilo. A Sua Vida, o Seu Génio, de 1908. Paulo Osório troca correspondência com F. Pessoa, tendo mostrado vontade de colaborar na revista Athena, com crónicas literárias e artísticas. Numa carta de 15-11-1924 (enviada para Garches, povoação perto de Paris, onde Paulo Osório viria a falecer), Pessoa agradece as referências elogiosas feitas à revista e a disponibilidade, mas informa de que uma tal colaboração não cabe na índole de Athena, «alheia, por um lado a todo o tipo de escola ou de corrente; afastada, por outro, de todo intuito do que os decadentes chamavam “quotidianidade”» (Correspondência, I, p.57). Pessoa aproveita, no entanto, a oferta de Osório para fazer em França a divulgação da revista, através de «anúncios literários». De facto, o jornalista faz inserir no nº 23, Novembro de 1924, de Les Annales, uma recensão crítica, em francês, que Athena reproduz no seu nº 4  e onde se pode encontrar referência ao culto da originalidade e ao respeito pelo passado professado pelos jovens autores e a «magnífica apresentação tipográfica» da revista portuguesa.

 

 

Manuela Parreira da Silva