(1795-1881)

Historiador, filósofo, ensaísta e crítico britânico. De origens modestas, estudou direito, foi professor e dedicou-se à escrita. Foi um pensador importante na sua época e influenciou os escritores vitorianos, nomeadamente Ruskin e Dickens. Estudou a língua e a literatura alemãs. Fez o seu primeiro ensaio de vulto sobre o Fausto de Goethe. Seguiu-se Life of Schiller e traduções, nomeadamente de Wilhelm Meister’s Apprenticeship, também de Goethe. Em 1828, começou a escrever Sartor Resartus, que foi publicado no Fraser’s Magazine de 1888 a 1834. Em 1837, escreve a história da revolução francesa, The French Revolution. Seguiu-se On Heroes, Hero-Worship and the Heroic in History, publicada em 1841, e Past and Present, em 1843, onde defendia que a sociedade devia ser liderada por um homem de génio. Foi convidado para o cargo de reitor da Universidade de Edimburgo em 1865. Escreve ainda The Early Kings of Norway. Homem muito influente no seu tempo, transmitia nas suas obras os valores do trabalho, do dever e do altruísmo, a importância do indivíduo, da autoridade e dos dirigentes fortes.

De Carlyle, sabemos que o jovem Pessoa leu Sartor Resartus, assim como On Heroes, Hero-Worship and the Heroic in History. Na primeira obra de Carlyle questiona-se a razão pela qual alguns homens ficam na História e o autor dá o exemplo de Erostratus, que alcançou a fama ao lançar fogo ao templo de Diana. Será esse o título do ensaio de Fernando Pessoa sobre a questão da imortalidade. Numa lista das suas influências para os anos de 1904 e 1905, indica Carlyle como uma influência na área da prosa. Num projecto, Pessoa indica, no seguimento de Ultimus Joculatorum ou Book of Friar Maurice, “a kind of Sartor Resartus”. A referência à obra de Carlyle pode indicar um modelo que Pessoa tencionava seguir. O interesse de Carlyle pelos homens fortes, que deixam a sua marca na história dos povos poderá, de igual modo, ter influenciado outras áreas da escrita de Fernando Pessoa.

 

BIBL.: Fernando Pessoa, Heróstrato e a Busca da Imortalidade, ed. Richard Zenith, Assírio & Alvim, 2000.

 

 

Ana Maria Freitas