[BNP/E3, 14B – 27]
{…} esse assombroso sonho do Novo Jesus, talvez a coisa mais original, considerando tudo, que em poesia moderna se tem escrito[1]. Em Caeiro parece haver uma impossibilidade radical de não sentir tudo frescamente, matutinamente. Os seus comentos são de quem ouviu contar aos deuses coisas da origem do mundo. Ele parece ser mais novo de séculos do que todos nós, e apenas estar a nós ligado pelas deficiências, fraquezas ou hesitações da sua matutina ideação. São os interstícios do seu pensamento poético que se enchem do entulhar da nossa gasta maneira de pensar…
[1] que em poesia /literatura\ moderna se tem escrito /[que em modernos dias se tem escrito]\