[BNP/E3, 141 – 38]
Ficções do Interlúdio
Prefácio.
{…} o traço constante de uma vida dispersa – a solidão que me acompanha sempre por mim e por isso me define e sempre definiu.
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De todas as formas com que se o homem entretém em viver, nenhuma |deveras| me foi dada. Tenho passado pela vida[1] como o espectro de minha vida, feito doutra matéria que os mais porém e pensando com o meu espírito, irmão gémeo da negação de mim mesmo.
[38v]
… esta coisa, isso vejo. Traço falho para o artista. Este conceito, por isso, é permanente, e o conceito com que talhei os meus sonhos nem é permanente, e portanto, nem até[2] é conceito. Existe, melhor, existo-o.
A Mário de Sá-Carneiro disse eu uma vez: quisera ser, eu só, uma civilização. Mário de Sá-Carneiro respondeu-me: creio bem que você a será… As palavras eram se amigo e a ocasião era de rir. Por isso as palavras puderam ser ditas {…}[3]
[1] pela vida /pelas coisas\
[2] até /sequer\
[3] Representa
um 1/8 de folha
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