[BNP/E3, 142 – 16]
Relação do que é poético (histérico) ou o que que é apoético (neurótico) no autor. Assim como as 2 pessoas são |separadas|, assim são diversos os caminhos que seguem na sua função superior. O poeta entrega-se à sua época (o histérico é |transmissível|, sociável, por assim dizer; na sua essência está a sugestão recebida e dada); se é grande usará subtilizando, e híper-subtilizando, e individualizando o que na época há. Os poetas máximos não criam estilos em absoluto, como os submáximos (Browning, Donne, {…} Os intentos vazios são faces em equilíbrio – porquê?)
(Daqui a relação do poeta máximo com a sua cultura, seja ela qual for. Ao escrever poesia sai flagrantemente para fora das suas teorias e elementos da cultura para a época, excepto no mais absolutamente e geral das suas teses. Mas chega mesmo a ser religiosa a poesia quando o não é na teoria.
[16v]
O poeta deste género comete flagrantes isolações da realidade e da história, em curso por saber deixar-se evocar. O caso de Goethe, nitidamente um poeta desta espécie, é magnífico. (“Egmont”, {…}).
Um poeta destes evoca num ponto qualquer não para que ele o desconheça, senão para que não tenha; como isso aqui vimos, tenho a certeza de ser intitulado de |poeta-dramaturgo|.