[BNP/E3, 142 – 55]
Com que luxúria {…} e transcendente eu, às vezes, passeando de noite nas ruas da cidade e fitando, de dentro da alma, as linhas dos edifícios, as diferenças das construções, as minuciosidades da sua arquitectura, a luz em algumas janelas, os vasos com plantas fazendo irregularidades nas sacadas – contemplando tudo isto, digo, com que gozo da intuição me subia aos lábios da consciência este grito da |redempção|: mas nada disto é real[1]!
_______
Uma tradução pode valer muito. Será preciso lembrar-lhe que a chamada Versão Autorizada da Bíblia é um dos clássicos da língua inglesa? Se essa tradução – a mais bela do mundo – não fosse tão bela quantos crentes não teriam perdido as igrejas da sua pátria? Se fosse uma reles coisa no género da Vulgata? Dolorosa ideia consoladora que nos assoma à mente em
[55r]
pergunta[2]: quantos crentes deve a Inglaterra ao estilo da Versão Autorizada?
_______
Se tudo o que espero malograr, resta-me a esperança de ir para o campo plantar batatas à sombra do ideal.
_______
Quando o meu amigo Alexander Search se pseudonima em William Search; {…}
[1] é real /existe\
[2] pergunta /interrogação\