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Fundo
Fernando Pessoa
Cota
BNP/E3, 14-3 – 77-80
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[Rascunho de carta a Boavida Portugal]
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Autor
Fernando Pessoa

Identificação

Titulo
[Rascunho de carta a Boavida Portugal]
Titulos atríbuidos
Edição / Descrição geral

[BNP/E3, 143 – 77-80]

 

Meu caro Boavida Portugal.

 

 

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Fim de carta de Augusto de Castro

 

Cabe em que neste momento sente subir-lhe a {…} a alma renascente e importante de uma extraordinária Raça, alma esculpida por Deus em sonho e esperança, para que quando o momento viesse que se lhe casasse com a |alma|, ela o visse em beleza e triste alegria, ébria de mistério e ungida de natureza.

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Dantas, Castro e {…} nem são nada são o ultra-nada. O nada ainda é pensável como nada. Eles nem pensáveis são; realizam o mistério de perfeição negativa. São o não-ser absoluto.

_______

Com o 3º acto do sr. Augusto de Castro que se {…} cansado em absoluto, como é de ver. O facto de ele não saber encontrar a ideia não importa para o caso.

 

[77ar]

 

Essa renascença literária não tem de ser pensada só {…}. O recentíssimo Princípio, livro de contos de Mário de Sá-Carneiro, mostra já um domínio.

 

Escritos {…} nos cingem sensibilidade se adapta à fala criada do amor acordam de repente para uma nova {…}: assim o livro Nova Sapho do Visconde de Vila-Moura, livro tomado de génio, onde um assunto evidentemente de grandiosidade e por isso de {…} se mostra espiritualizado pela influência {…}

 

[78r]

 

{…} dar início a esta carta com qualquer observação mais extensa de que a nossa afirmação de muita carta como que trata a sua oposta ideia de um inquérito à nossa vida intelectual. Creia-se, como sabe, possivelmente fecunda a {…}

 

Querendo o sr. Júlio de Matos citar Correia de Oliveira apenas na sua primeira fase, a da plena simplicidade, antes de tomar o tom {…} – na fase do Auto do Fim do Dia e do Alívio de Tristes? Nesse caso vai citar do poeta uma fase de pleno e exclusivo desalento e tristeza, tristeza ainda sem enlevo religioso ou de confiança no forte que a fazer considerar o sintoma de vida e da fé.

 

 

Cita Correia de Oliveira, um melhor poeta, é certo, mas de todos os poetas da Renascença não só o de mais irregularidade, mas o de menos intelectualizado misticismo – aquele que, portanto, menos na sua 2ª fase de esperança na Raça e esperança na pátria, menos relevo extra-místico dá aos seus por vezes admiráveis poemas, e que portanto, menos ideia da inteligência da escola deve dar a um espírito puramente intelectivo e que, ao que parece, avalia a poesia por um critério psiquiátrico da exaltação ou depressão que mostra.

 

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A força paradoxal que a ser alguém é feita de tristeza é tristeza o que acaba {…}

 

[78v]

 

Isto é, de resto, uma hipótese. O nosso charlatão cita Correia de Oliveira porque é o nosso poeta mais conhecido de relevo, dado que tem mesmo uma arma enorme e geral, antes de o começar a atacar, os estagnados poetas da escola lusitana – João de Barros, Nunes Claro, etc. – antes de o começar a atacar os poetas berrantes (João de Barros, {…} têm uma arma geral.

O nosso psiquiatra charlatão nunca deve ter lido Correia de Oliveira.

 

[79r]

 

Nunca o mundo teve em poesia assim tão largo de espiritualidade, tão complexo de alma. {…} corrente que nunca teve o seu glorioso âmago num poeta mais do que devemos supor. Maravilhosos poetas, {…} trazido o mistério do universo para a {…} lírica dos portugueses! Poetas {…}, sobe-lhes à boca em palavras do mistério e do lugar a certeza {…} da divina unidade do cosmos.

 

{…} e caso não tenha {…} |divina| eternidade no lugar do seu momento criador.

 

Falo cumprir isto, na lírica e no sentimento. E porque sinto isto assim tão seguidamente em cima e além de mim, me revolto antes {…}

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E que poetas e poemas já temos, jovial ainda! Deixamos a significar, que pensamos da Pátria.

A Oração a Luz

Porém vemos isoladas de Pascoaes, lágrimas reflectindo o universo inteiro {…}

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  1. a) diz o eminente em psiquiatria.
  2. b) O acto de quem parte da Portuguesa.
  3. a) o habitante supremo de Rilhafoles.
  4. b) o nosso similipoeta.

 

[80r]

 

{…} templo espiritual de Deus {…}

Poesia alta, {…} como nenhuma; poesia que vive Deus como nenhuma outra. Poesia cuja alma transcende a da poesia grega, a da poesia da renascença, e da poesia toda do romantismo. Por isso que breve terá o grande poeta que {…} Poesia que revela o 1º passo da Raça para um grande futuro {…}

 

Vê isto quem sabe sentir a análise, e é porque, sentido ou analisado, vejo isto, que, ao descer da minha fé interna para o conhecimento do que um malcriado reiterado e um literato com arrancos pavorosos {…} com a sua incompreensão de estrangeiros e de programas. Só sua a incompreensão insulta e fere; quanto mais não fere e insulta a estultícia dos seus gestos mentais de consagrados e {…}

 

Ainda há dias um hiper-jornalista de A Capital de † em troça era ††.

Notas de edição
Identificador
https://modernismo.pt/index.php/arquivo-almada-negreiros/details/33/4466

Classificação

Categoria
Literatura
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Dimensões
Legendas

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Português

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