Imprimir

Medium

Fundo
Fernando Pessoa
Cota
BNP/E3, 14-5 – 58
Imagem
Impermanence
PDF
Autor
Fernando Pessoa

Identificação

Titulo
Impermanence
Titulos atríbuidos
Edição / Descrição geral

[BNP/E3, 145 – 58]

 

Impermanence

 

Lower than poets of intellect, not constructive but intuitive, are the poets of feeling. But, as supremeness is in generality, the poet of feeling is supreme when interpreting a generality. Now feeling can attain generality in 3 manners:

 

(1) Human generality. The intuition of the poet penetrates the psychical substance of humanity, and so creates a kind of classicism, not of intellect but of feeling. Shakespeare is the master in this order of poets.

 

(2) Representativeness (?)

Walt Whitman is all an age. Every moment of poetry and feeling in an age is in him.

(American understood greatness, being a secondary greatness, compels by succession to Whitman's divinely poetical greatness. Cf. Shakespeare, if in same case.)

 

[58v]

 

Shakespeare is the greatest of all lyrical poets.

 

(3) Lyric-philosophical. Feeling is given generality by being brooded on.

(Browning) (?) Perhaps. Thought is consubstantiated with feeling here.

 "Rabbi Ben Ezra" has no human generality. But, though the feeling it interprets is a special feeling, it is made comprehensible, and, therefore, made general and human by being philosophized. Donne and the mystics are in the same case.

_________________________________________

Thus

(1) Generality of feeling

(2) |Intensity of feeling|

(3) {…}

_________________________________________

Whitman is one of the greatest lyrical poets that has ever been. He is of a much greater substance than, for instance, Shelley is. He is, indeed, not the poet of Democracy, for Democracy is nothing, but of the feeling that makes Democracy a possible dream. He is American all through.

 

 

[BNP/E3, 145 - 58]

 

Impermanência 

 

Abaixo dos poetas do intelecto, não construtivos mas intuitivos, estão os poetas do sentimento. Mas, como a supremacia está na generalidade, o poeta do sentimento é supremo ao interpretar uma generalidade. Agora o sentimento pode atingir a generalidade de 3 maneiras: 

 

(1) Generalidade humana. A intuição do poeta penetra na substância psíquica da humanidade, e assim cria uma espécie de classicismo, não do intelecto, mas do sentimento. Shakespeare é o mestre nesta ordem de poetas. 

 

(2) Representatividade (?)

Walt Whitman é toda uma época. Cada momento de poesia e sentimento de uma época está nele.

(A grandeza entendida pelos americanos, sendo uma grandeza secundária, compele por sucessão à grandeza divinamente poética de Whitman. Cf. Shakespeare, se está no mesmo caso.) 

 

[58v]

 

Shakespeare é o maior de todos os poetas líricos. 

(3) Lírico-filosófico. Ao sentimento é dada generalidade ao ser meditado.

(Browning) (?) Talvez. O pensamento é consubstanciado com o sentimento aqui. 

"Rabi Ben Ezra" não tem generalidade humana. Mas, embora o sentimento que interpreta seja um sentimento especial, torna-se compreensível e, portanto, generalizado e humano ao ser filosofado. Donne e os místicos estão no mesmo caso.

_______________________________________________

Assim

(1) Generalidade do sentimento

(2) |Intensidade do sentimento|

(3) {…}

_______________________________________________

Whitman é um dos maiores poetas líricos que alguma vez existiu. Ele é de uma substância muito maior do que, por exemplo, Shelley. Ele não é, de facto, o poeta da Democracia, pois a Democracia não é nada, mas do sentimento que faz da Democracia um sonho possível. Ele é completamente americano.

 

Notas de edição
Identificador
https://modernismo.pt/index.php/arquivo-almada-negreiros/details/33/5152

Classificação

Categoria
Subcategoria

Dados Físicos

Descrição Material
Dimensões
Legendas

Dados de produção

Data
Notas à data
Datas relacionadas
Dedicatário
Destinatário
Idioma
Inglês

Dados de conservação

Local de conservação
Biblioteca Nacional de Portugal
Estado de conservação
Entidade detentora
Historial

Palavras chave

Locais
Palavras chave
Nomes relacionados

Documentação Associada

Bibliografia
Publicações
Fernando Pessoa, Heróstrato e a Busca da Imortalidade, edição de Richard Zenith, Lisboa, Assírio & Alvim, 2000, pp. 235-236.
Exposições
Itens relacionados
Bloco de notas