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Fundo
Fernando Pessoa
Cota
BNP/E3, 14-6 – 80
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Psychology of a Story. (Banquet of language)
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Autor
Fernando Pessoa

Identificação

Titulo
Psychology of a Story. (Banquet of language)
Titulos atríbuidos
Edição / Descrição geral

[BNP/E3, 146 – 80]

 

Psychology of a Story. (Banquet of language)

_______

I will quote a case of my own, not to put my personality before the reader but as it is interest and awful in this matter, as subject-matter for analysis.

 I was writing a story about a madman who gives a banquet. I had arrived at a point where the said person had to make a proposal to his friend, when instead of the words I was thinking to find out, this person passed through my brain, as the madness is a mood perhaps that now we could go and hang ourselves.

On having this thought I interrupted the tale I was writing and took note of the idea on a paper, as an indirect for a further tale. The note ran thus:

 

[80v]

 

“I have a proposal to make, that we all go and hang ourselves.” Great applause. Laughter. Hanging even in the dining room. “The Last Banquet” By a natural association of ideas, everything in the proposed new story took a reference to a banquet, since it was in connection with such a function that the words about the longing had crept into our minds.

But let us set this aside. No sooner had I written down this than I pondered: what use is it to put into prose; to make a story of this horrid thing? But no sooner had I said this than I felt it impossible to resist the impulse of making a tale of that inspiration. Having done so, simultaneously, I persuaded myself that in writing the story I was letting my fondness for the strange. Nothing seemed to me more skilled, more reasoned.

 

 

 

[BNP/E3, 146 – 80]

 

Psicologia de uma história. (Banquete de linguagem)

_______

Citarei um caso de minha autoria, não para colocar a minha personalidade diante do leitor, mas visto que ela é interessante e terrível neste assunto, como objecto de análise.

 Eu estava a escrever uma história sobre um louco que dá um banquete. Cheguei a um ponto em que a dita pessoa teve que fazer uma proposta ao seu amigo, quando em vez das palavras que eu estava a pensar descobrir, essa pessoa passou pelo meu cérebro, e, uma vez que a loucura é uma disposição, pensei que talvez agora pudéssemos ir enforcarmo-nos.

Ao ter esse pensamento, interrompi o conto que estava a escrever e anotei a ideia num papel, como indirecta para outro conto. A nota dizia isto:

 

[80v]

 

“Tenho uma proposta a fazer, que todos nós vamos enforcar-nos.” Grande aplauso. Risada. Pendurado mesmo na sala de jantar. “O Último Banquete” Por uma natural associação de ideias, tudo na nova história proposta fazia referência a um banquete, pois estava em conexão com tal função que as palavras sobre esse desejo se infiltraram nas nossas mentes.

Mas deixemos isso de lado. Assim que escrevi isso, pensei: de que adianta colocar em prosa; para fazer uma história desta coisa horrível? Mas assim que eu disse isso, senti que era impossível resistir ao impulso de fazer um conto dessa inspiração. Tendo feito isso, simultaneamente, convenci-me de que ao escrever a história estava deixando o meu gosto pelo estranho. Nada me parecia mais hábil, mais racional.

 

Notas de edição
Identificador
https://modernismo.pt/index.php/arquivo-almada-negreiros/details/33/5248

Classificação

Categoria
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Dados Físicos

Descrição Material
Dimensões
Legendas

Dados de produção

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Idioma
Inglês

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Biblioteca Nacional de Portugal
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