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Fundo
Mário de Sá-Carneiro
Cota
Esp.115/7_16
Imagem
Carta a Fernando Pessoa
PDF
Autor
Sá-Carneiro, Mário de

Identificação

Titulo
Carta a Fernando Pessoa
Titulos atríbuidos
Carta a Fernando Pessoa
Edição / Descrição geral

Carta enviada de Paris, no dia 24 de Março de 1916. 

 

 **

Paris – Março 1916

Dia 24

 

Meu Querido Amigo,

  

Recebi a sua admirável carta. Que Alma, que Estrela, que Oiro! Infelizmente a Zoina silva cada vez mais forte – lisonjeira, meu Deus, lisonjeira toda mosqueada a loiro e roxo: por isso mesmo cada vez mais Cobra – cada vez maior, mais perigosa. Não sei onde isto vai parar – será possível que as engrenagens me não esmaguem? Mas é tão belo fazer asneiras:

Atapetemos a vida
Contra nós e contra o mundo...

E pensar que tudo seria tão fácil, tão fácil, tão sem perigo se não fosse o eterno «dinheiro»... Então talvez que não fosse belo porque não seria perigoso. Enfim não sei nada... Não lhe posso escrever. É tudo. Mas juro-lhe que senti em toda a minha ternura a sua admirável carta. Perdoe-me. É como se estivesse bêbado.

Adeus. Escreva sempre.

Mil abraços, mil e toda a Alma do seu, sempre seu

Mário de Sá-Carneiro

Notas de edição

Classificação

Categoria
Espólio Documental
Subcategoria
Correspondência

Dados Físicos

Descrição Material
Tinta preta sobre folhas quadriculadas e sobrescrito.
Dimensões
Legendas

Dados de produção

Data
1916 Mar 24
Notas à data
Inscrita.
Datas relacionadas
Dedicatário
Destinatário
Fernando Pessoa
Idioma
Português

Dados de conservação

Local de conservação
Biblioteca Nacional de Portugal
Estado de conservação
Bom
Entidade detentora
Biblioteca Nacional de Portugal
Historial

Palavras chave

Locais
Paris
Palavras chave
Nomes relacionados

Documentação Associada

Bibliografia
Publicações
Sá-Carneiro, Mário de, Cartas de Mário de Sá-Carneiro a Fernando Pessoa, ed. Manuela Parreira da Silva, Assírio & Alvim, Lisboa, 2001.
Exposições
Itens relacionados
Esp.115
Bloco de notas
Na transcrição das cartas: a ortografia foi actualizada e as gralhas evidentes corrigidas, mantendo, contudo, as elisões com apóstrofo e todas as singularidades da pontuação usada por Mário de Sá-Carneiro, bem como a forma original das datas, muitas vezes com o nome dos meses em letra minúscula ou abreviado. O título da revista Orpheu foi mantido na forma sempre usada por Sá-Carneiro – Orfeu. Foram mantidas, igualmente, as versões de versos e de outros trechos literários mais tarde corrigidos ou refundidos pelo poeta.