Na famosa carta que Fernando Pessoa enviou, em 13 de Janeiro de 1935, a Adolfo Casais Monteiro, o poeta de Orpheu afirmou que para “fazer uma partida ao Sá-Carneiro”, resolvera “inventar um poeta bucólico, de espécie complicada”. Em seguida considerou que quando, nada tendo conseguido, finalmente desistiu, algo de surpreendente lhe aconteceu: «(...) foi em 8 de Março de 1914 – acerquei-me de uma cômoda alta e, tomando um papel, comecei a escrever, de pé, como escrevo sempre que posso. E escrevi trinta e tantos poemas a fio, numa espécie de êxtase cuja natureza não conseguirei definir. Foi o dia triunfal da minha vida, e nunca poderei ter outro assim. Abri com um título, O Guardador de Rebanhos. E o que se seguiu foi o aparecimento de alguém em mim, a quem desde logo o nome de Alberto Caeiro. Desculpe-me o absurdo da frase: aparecera em mim o meu mestre. (...) Aparecido Alberto Caeiro, tratei logo de lhe descobrir – instintiva e subconscientemente – uns discípulos. (...) Criei, então, uma coterie inexistente» (OEP 96).

Fernando Pessoa formulou várias explicações para a heteronímia, que foram de justificativas lógicas, como a que apresenta no texto sobre os graus da poesia, a outras em que quase chega a explicitar uma experiência mediúnica, como a presente no trecho acima, em que se refere a um êxtase que não consegue definir. De todas elas, certamente uma das mais famosas é a presente nesta carta a Casais Monteiro, e nela, como pode ser notado, O guardador de rebanhos ocupa um lugar central na cosmogonia poética de Pessoa: com o livro teria surgido o primeiro impulso de que derivariam todos os demais heterônimos. Mesmo a produção do ortônimo, após esta experiência, passaria a ter um novo sentido, pois também ela derivaria deste mestre que com o livro teria aparecido.

O manuscrito desta obra atribuída a Caeiro, hoje depositado na Biblioteca Nacional de Lisboa, e acessível ao público também em sua forma digitalizada, não corrobora a idéia de uma escrita em êxtase e contínua. Como é afirmado por Manuela Vasconcelos: «(...) a letra caligráfica, muito igual e desenhada, não parece ser compatível com uma escrita inspirada e veloz. (…) temos [também] vários instrumentos de escrita: foram utilizadas quatro canetas diferentes no corpo do próprio texto. E, por último, o grande número de emendas, feitas em diversos momentos, e utilizando sete materiais diferentes, desmentem "a suposição de ter o Guardador nascido com o texto em estado definitivo". A encenação desse "dia triunfal" é ainda desmentida pelas várias dezenas de rascunhos e cópias intermédias conservadas no Espólio da BN. Estes documentos mostram que no processo de escrita do Guardador houve pelo menos três fases distintas: uma fase de rascunhos (...), uma fase de passagem a limpo (...) e uma fase posterior de emendas» (http://purl.pt/369/1/ficha-obra-guardador-rebanhos.html).

Quase metade dos 49 poemas que compõe O guardador de rebanhos foi publicada durante a vida de Fernando Pessoa. Vinte e três apareceram sob o título "Escolha de poemas de Alberto Caeiro (1889-1915): de 'O Guardador de Rebanhos' (1911-1912)", no número quatro da revista Athena, de janeiro de 1925. Um outro poema, provavelmente um dos mais famosos e polêmicos de Caeiro, foi publicado com o título “O oitavo poema de O Guardador de Rebanhos”, no número de janeiro e fevereiro de 1931 da revista Presença. A primeira edição em volume deste livro é de 1946, quando foi publicado, juntamente com outros poemas do heterônimo, pela editora Ática em Poemas de Alberto Caeiro, terceiro volume das Obras Completas de Fernando Pessoa.

O guardador de rebanhos é um livro, em vários aspectos, desconcertante. Se o título remete para a longa tradição ocidental da Poesia Pastoril, que tem como uma de suas fontes as Bucólicas de Virgílio, no poema XII encontramos uma explícita refutação desta herança. Após considerar que “Os pastores de Virgílio tocavam avenas e outras cousas / E cantavam de amor literariamente.”, afirmará “Depois — eu nunca li Virgílio. / Para que o havia eu de ler?”, concluindo, por fim, que estes pastores “coitados, são Virgílio”, enquanto a “Natureza é bela e antiga” (OP 147).

É possível tecer relações entre este poema e o III, pois apenas nestes dois um escritor é explicitamente citado. Neste último, o eu lírico afirma que “debruçado pela janela” lê “até me arderem os olhos / O livro de Cesário Verde”, considerando que este “era um camponês/ Que andava preso em liberdade pela cidade”, que olhava para as casas, ruas e coisas com o olhar “de quem olha para árvores,/ E de quem desce os olhos pela estrada por onde vai andando / E anda a reparar nas flores que há pelos campos ...”, concluindo: “Por isso ele tinha aquela grande tristeza  / Que ele nunca disse bem que tinha,  / Mas andava na cidade como quem anda no campo  / E triste como esmagar flores em livros  / E pôr plantas em jarros...” (OP 139).

Neste poema Caeiro prefigura um tópico central na forma como a obra de Cesário Verde será interpretada ao longo da segunda metade do século XX: a tensão entre campo e cidade estará no cerne de análises que David Mourão-Ferreira, Joel Serrão e Helder Macedo, entre outros, farão do livro deste poeta lisboeta. O heterônimo pessoano possui, assim, um importante lugar na forma como a poesia de Cesário foi, a partir dele, analisada, e mesmo na recuperação crítica deste poeta, que era ainda, na época de Pessoa, pouco conhecido e valorizado.

Além disto, o paralelismo entre o Virgílio nunca lido, e o Cesário lido até arderem os olhos, indica a posição peculiar deste guardador de rebanhos: recusando uma longa tradição de topoi que levam os poetas a enquadrar a natureza em uma forma já codificada, espera poder vê-la com um olhar novo, com a mesma novidade com que Cesário enxergava a desconcertante Lisboa oitocentista, cidade que lhe desperta um desejo absurdo de sofrer. Dois apontamentos em que Pessoa se refere a Cesário, presentes nos seus textos em prosa, podem clarificar esta especial relação entre Caeiro e o poeta lisboeta.

No primeiro, sobre a moderna literatura portuguesa, afirma que “Cesário Verde (...) foi o primeiro a ver na poesia portuguesa, a visão clara das coisas e da sua autêntica presença que é possível encontrar na literatura moderna” (PETCL 334). No segundo, um dos fragmentos de “Erostratus – Ensaio sobre a fama póstuma de obras literárias”, considera: «Há um grande poeta português chamado Cesário Verde; viveu ele em meados do século XIX. Toda a atitude perante a vida que faz de Cesário verde um grande poeta se encontra antecipadamente em dois poemas casuais de Guilherme Braga (...). Mas aquilo que em Cesário se congrega em todo um conceito de universo era mero acaso nas poesias de Braga. E mesmo que, como é muito provável, fossem os poemas casuais de Braga, que fizeram com que Cesário se encontrasse a si próprio, embora à custa de um plagiato sem plagiato, o poeta anterior é, no entanto, de menor estatura (o poeta posterior é que fica sendo o primeiro)» (PETCL 221).

Caeiro, discípulo ao inverso daquele poeta comerciante que, como ele, também morrerá cedo, manterá em seu livro a mesma forma de olhar que Pessoa reconhecia em Cesário. No entanto, integrará esta capacidade de ver claramente as coisas em um novo sistema do universo, distinto do criado pelo autor lisboeta, acabando por transformar-se, é inevitável a homologia com o que é afirmado no trecho acima, em um poeta de maior estatura que Cesário.

A questão de ter uma maior estatura será, por sinal, explicitada em um outro poema, o VII : «Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...  /Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer /Porque eu sou do tamanho do que vejo  /E não, do tamanho da minha altura... // Nas cidades a vida é mais pequena  /Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.  /Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,  /Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu, /Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar, /E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver» (OP 142). Ao contrapor a sua visão, provinda do campo, à pequena e estreita perspectiva presente nas cidades, ao se referir às grandes casas que fecham a vista, em uma referência quase direta à “massa irregular / De prédios sepulcrais, com dimensões de montes” do Sentimento de um Ocidental de Cesário Verde, Caeiro mostra que incorporando o olhar de seu predecessor, irá além, tornado-se, assim, maior que aquele.

Além de Virgílio e Verde, também o Fernando Pessoa ortônimo será invocado em O guardador de rebanhos. Este não aparecerá referido de forma direta, como os outros dois, mas através do diálogo que compõe o poema X, em que uma das vozes é a de Caeiro: «Olá, guardador de rebanhos, / Aí à beira da estrada, / Que te diz o vento que passa? // Que é vento, e que passa, / E que já passou antes, / E que passará depois. / E a ti o que te diz? // Muita cousa mais do que isso. / Fala-me de muitas outras cousas. / De memórias e de saudades / E de cousas que nunca foram. // Nunca ouviste passar o vento. / O vento só fala do vento. / O que lhe ouviste foi mentira, / E a mentira está em ti» (OP 147).

Caeiro explicita aqui o cerne de sua forma de encarar o mundo, sintetizando-a de forma lapidar na última estrofe. Como afirma no poema XXIV “O essencial é saber ver, / Saber ver sem estar a pensar/ (…) Mas isso (tristes de nós que trazemos a alma vestida!), / Isso exige um estudo profundo, / Uma aprendizagem de desaprender”. Este desaprender poderia levar o indivíduo a recuperar o espanto de certo olhar infantil, forma essencial para de fato ver: “Sei ter o pasmo essencial/ Que tem uma criança se, ao nascer, / Reparasse que nascera deveras... / Sinto-me nascido a cada momento / Para a eterna novidade do Mundo...” (OP 138).

Se todos estes aspectos podem ser reencontrados em uma das vozes deste poema, a do guardador de rebanhos, a outra possui, sem via de dúvida, várias analogias com a postura assumida pelo Pessoa ortônimo em várias de suas obras. Podemos encontrar consonâncias entre o que ela afirma e uma quadra do primeiro Fausto: “Ah, tudo é símbolo e analogia! / O vento que passa, a noite que esfria, / São outra coisa que a noite e o vento – / Sombras de vida e de pensamento” (OP 621). Esta mesma postura também está presente, por exemplo, em Mensagem, em que toda a história de Portugal é interpretada como o sinal de algo que ainda está por se cumprir. Temos assim, expressas no poema, de forma sintética, algumas oposições centrais entre o ortônimo e este heterônimo. Neste debate, devemos notar, a última palavra é a do mestre, que desqualifica a errônea forma como o seu discípulo Fernando Pessoa – como a de outros poetas da mesma estirpe - tenta interpretar o mundo e seus fenômenos.

Esta contestação não se restringirá apenas ao poema acima referido. Em um outro, o XV, o guardador de rebanhos avisará a seus leitores que “As quatro canções que seguem /Separam-se de tudo o que eu penso, /Mentem a tudo o que eu sinto, /São do contrário do que eu sou ... /Escrevi-as estando doente/ (...) Estando doente devo pensar o contrário / Do que penso quando estou são.” (OP 148). Todas as seguintes quatro canções apresentam uma voz poética se aproximará, em vários aspectos, da do Pessoa ortônimo. Isto ocorrerá em especial no poema XIX, em que a realidade observada só tem seu sentido pelo que lá não está: “O luar quando bate na relva /Não sei que cousa me lembra... /Lembra-me a voz da criada velha /Contando-me contos de fadas. /E de como Nossa Senhora vestida de mendiga /Andava à noite nas estradas /Socorrendo as crianças maltratadas ... / /Se eu já não posso crer que isso é verdade, /Para que bate o luar na relva?”(OP 149).

Podemos perceber que Caeiro coloca-se no que considera o pólo da saúde, relegando para o pólo da doença a perspectiva adotada por todos os poetas, entre eles o Fernando Pessoa ortônimo, que buscam ver mais e além daquilo que pode ser observado de forma direta pelos sentidos. A sua poética, como é expressa neste livro, situa-se assim contrária a qualquer metafísica, a qualquer explicação teológica e mesmo científica do mundo. “O mistério das cousas? Sei lá o que é mistério! / O único mistério é haver quem pense no mistério.”(OP 141), afirma no poema V. Já no  XXVIII, explicita: “Os poetas místicos são filósofos doentes, / E os filósofos são homens doidos”(OP 153).

Se afirma não existir o mistério, chegará a considerar, no poema XLVII, que “Num dia excessivamente nítido”, entreviu “O que talvez seja o Grande Segredo, / Aquele Grande Mistério de que os poetas falsos falam. // Vi que não há Natureza, /Que Natureza não existe,  /Que há montes, vales, planícies,  /Que há árvores, flores, ervas,  /Que há rios e pedras,  /Mas que não há um todo a que isso pertença, / Que um conjunto real e verdadeiro  /É uma doença das nossas idéias.  /A Natureza é partes sem um todo.  /Isto é talvez o tal mistério de que falam» (OP 160-161).

Esta epifania laica, que lhe mostrará que existem apenas as coisas individuais, e não o seu conjunto, negando qualquer realidade a tudo que não pode ser diretamente observado, pode ser relacionada com a não crença na existência de qualquer divindade, não só por esta não poder ser vista – “Não acredito em Deus porque nunca o vi” – mas também por ser um falso conjunto, criado por olhar doente que quer forjar uma totalidade que não existe: “Mas se Deus é as flores e as árvores /E os montes e sol e o luar, /Então acredito nele, /Então acredito nele a toda a hora, /E a minha vida é toda uma oração e uma missa, /E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.  /Mas se Deus é as árvores e as flores  /E os montes e o luar e o sol, /Para que lhe chamo eu Deus? /Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar” (OP 141).

Esta recusa da divindade chegará até a criação de um outro tipo de relação com uma das figuras centrais do imaginário religioso ocidental, Jesus, e com a atribuição de novo significado a sua imagem. Como afirma Maria Helena Nery Garcez no verbete sobre Alberto Caeiro, se o seu discurso é aparentemente afável, numa análise mais detida se demonstra polêmico, contestador e até agressivo. Este aspecto é particularmente evidente no poema VIII.

Sobre este poema, por sinal, Pessoa afirmou em seu texto sobre a heteronímia e os graus do lirismo: “escrevi com sobressalto e repugnância o poema oitavo do Guardador de rebanhos, com a sua blasfêmia infantil e o seu antiespiritualismo absoluto. Na minha pessoa própria (...) nem uso da blasfêmia nem sou antiespiritualista. Alberto Caeiro, porém, (...) é assim” (OP 87).

            Em parte este poema pode ser analisado como fruto de uma longa tradição anticlerical, de desdivinização da figura de Cristo que, como já apontou Aparecida de Fátima Bueno (BUENO 2003: 55-64), percorre a cultura portuguesa desde o século XIX, e tem seus principais frutos em obras da geração de 70: além de A relíquia de Eça de Queirós, A velhice do padre eterno, de Guerra Junqueiro e A história de Jesus para as criancinhas lerem e O Anti-Cristo de Gomes Leal. Herdeiro desta tradição, Caeiro carrega nas tintas, e constrói uma imagem totalmente dessacralizada. A concepção imaculada de Jesus é interpretada ironicamente como uma situação que torna precária a sua existência, inferior a de outros seres humanos: “Nem sequer o deixavam ter pai e mãe  / Como as outras crianças / O seu pai era duas pessoas  / Um velho chamado José, que era carpinteiro,  / E que não era pai dele;  / E o outro pai era uma pomba estúpida,  / A única pomba feia do mundo  / Porque não era do mundo nem era pomba.  / E a sua mãe não tinha amado antes de o ter.  / / Não era mulher: era uma mala  / Em que ele tinha vindo do céu.” (OP 143).

Por seu turno, a imagem da santíssima trindade e da Virgem Maria acaba por ser reduzida à de uma família burguesa e um pouco entediada, como afirma Jesus, após ter fugido do céu: “Diz-me muito mal de Deus.  / Diz que ele é um velho estúpido e doente, / Sempre a escarrar no chão /  E a dizer indecências. / A Virgem Maria leva as tardes da eternidade a fazer meia. / E o Espírito Santo coça-se com o bico / E empoleira-se nas cadeiras e suja-as. / Tudo no céu é estúpido como a Igreja Católica” (OP 144).

            Após destruir algumas das crenças básicas do Cristianismo, Caeiro irá elaborar uma outra imagem de Jesus, transformando-o na Criança Nova, mestre de uma nova forma de olhar o mundo, e, assim, em centro da nova religiosidade que prega:     “A Criança Nova que habita onde vivo  / Dá-me uma mão a mim  / E a outra a tudo que existe  / E assim vamos os três pelo caminho que houver,  / Saltando e cantando e rindo  / E gozando o nosso segredo comum  / Que é o de saber por toda a parte  / Que não há mistério no mundo  / E que tudo vale a pena» (OP 145).

Como afirma Eduardo Lourenço “Esta transfiguração operada por Pessoa-Caeiro põe termo a um longo processo de desdivinização de Cristo e redivinização num sentido novo (religiosidade nova) de Jesus, oposto desde Antero (via Renan) ao Deus bíblico” (LOURENÇO 1986: 117). Podemos pensar que esta transformação é completa, pois nos versos acima Caeiro propõe uma nova trindade, composta pelo poeta, pela criança nova e por tudo o que existe, os três distintos e unos: Damo-nos tão bem um com o outro / Na companhia de tudo  / Que nunca pensamos um no outro, / Mas vivemos juntos e dois / Com um acordo íntimo / Como a mão direita e a esquerda” (OP 145).

O poema oitavo acaba por sintetizar a postura religiosa de Alberto Caeiro, propondo uma nova teologia que visa a destruir a presença do cristismo, e colocar em seu lugar uma renovada forma de paganismo, em que esta Criança Nova ocupa um papel central.

 

Em síntese, podemos concluir que O guardador de rebanhos é uma obra central na poética pessoana, em que são reelaborados vários temas centrais da cultura portuguesa, e é proposta uma forma nova não só de fazer poesia, mas de se relacionar com o mundo. Seguindo a postura de Guilherme de Castilho, em um ensaio precursor sobre a poética de Caeiro, publicado no número 48 da revista Presença, em Julho de 1936,  é possível pensar que neste livro “encontramos as bases essenciais duma metafísica, duma estética, duma teoria do conhecimento e até duma ética, duma religião e duma sociologia”.

 

Paulo Motta Oliveira