Jornalista oriundo dos Açores, participou no Portugal Futurista, no caso com o nome trocado para Bettencourt-Rebelo por uma pirueta provocatória, aí assinando dois textos, um panegírico de Santa Rita Pintor e uma montagem de excertos de manifestos futuristas. Diz de si mesmo sobre esse tempo em O Mundo das Imagens, recolha de artigos de memórias de 1928: «E eu que nunca fui rigorosamente um modernista, sentia-me seduzido pelas palavras de Santa Rita Pintor […]». Mas o facto é que integrou o grupo futurista, mesmo que sem grande convicção, que assim descreve no mesmo livro: «Santa Rita Pintor – pregava-nos a energia e a coragem. Almada Negreiros fotografara-se de aviador. E todos, o José Pacheco, o Carlos Porfírio, o Fernando Pessoa e o Vítor Falcão queríamos uma outra vida mais agitada e febril […]».

Já antes havia colaborado na Alma Nova, em 1914/1915, e há-de colaborar na Revista Portuguesa em 1923, depois no magazine mensal Civilização, que Ferreira de Castro co-dirigiu com Campos Monteiro entre 1928 e 1930, ou ainda no efémero Lisboa Galante, de 1929, em que faz a defesa do direito dos pintores modernistas a serem representados no Museu de Arte Contemporânea. Há-de publicar uns livros de poemas muito convencionais, como Oceano Atlântico em 1934, e escorços críticos como O Verdadeiro Antero, em 1942.

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